segunda-feira, 27 de abril de 2020

Extraordinary You (2019) [Dica para a quarentena]

Minha lista de indicações de dramas tem aumentado muito nesses últimos dias de confinamento. Alguns lançamentos de abril estão me surpreendendo positivamente, como Born Again, e outros negativamente, como o tão comentado The King: Eternal Monarch, do Lee Min Ho. Como ainda é muito cedo para escrever algo sobre ambos, decidi tirar um título da minha gaveta de favoritos e comentar sobre os motivos que me fazem recomendá-lo aqui. No caso de hoje, decidi comentar sobre Extraordinary You, um drama da MBC que foi transmitido na Coreia do Sul no final de 2019. É um drama solar que consegue animar qualquer pessoa que assista, por isso acho que combina muito com esse clima de isolamento social. Esse texto contém spoilers!


Sinopse (por Filmow):
"Eun Dan Oh ( Kim Hye Yoon ) é uma estudante de uma academia de prestígio, mas ela tem um problema cardíaco. Um dia, por acaso, ela descobre que ela e todos os outros em seu mundo são na verdade personagens de um webtoon chamado Secret. Pior ainda, Dan Oh é apenas um personagem menor nesta história e espera-se que morra em breve. Não satisfeita com esse destino, ela decide forjar seu próprio destino, alterando o enredo da história e encontrando seu próprio amor verdadeiro."
Comecei a assistir Extraordinary You sem ter lido uma sinopse sequer, e isso me ajudou muito a me surpreender com os momentos iniciais do drama. Uma das coisas mais interessantes do primeiro episódio são as menções sarcásticas aos clichês de dramas colegiais, principalmente à popular trama de Boys Over Flowers (k-drama baseada no clássico japonês Hana Yori Dango). A forma como nos faz rir de situações tão banais (e ao mesmo tempo toscas) que estão presentes na maioria das histórias de romance colegial, faz de Extraordinary You um presente para os fãs do gênero comédia romântica. Como o universo no qual o dorama se passa é uma história em quadrinhos, conseguimos ver até como as situações românticas em mangás (um exemplo) aparecem, e como essas cenas de fato são bregas, porém divertidas.

O drama, para ser mais clara, é uma adaptação do webtoon "July Found by Chance", e no desenrolar da história a protagonista percebe que é uma personagem de uma história em quadrinhos e que no mundo no qual ela vive nem todos têm ciência disso. Ela, tendo consciência de si mesma, tentará mudar os rumos da própria história , principalmente no que envolve os próprios sentimentos.


O triângulo amoroso principal é bem interessante. Nele vemos Eun Dan Oh entre Ha Ru, um personagem extra, e Baek Kyung, o bad boy por quem a nossa protagonista deveria estar apaixonada. É interessante ver o desenrolar desse triângulo, principalmente no que envolve o relacionamento entre Dan Oh e Ha Ru. O casal é construído bem no estilo "Romeu e Julieta colegial", numa clássica trama de amor proibido. Paralelo a isso, a história do casal é leve, com direito até a momentos cômicos nos quais Dan Oh esbarra em todos os personagens masculinos apenas para descobrir quem é Ha Ru, pois a única coisa que conhecia dele eram as suas costas.

Vale lembrar que os momentos entre os dois também são marcados por um certo mistério, principalmente quando ocorre a descoberta de uma história em quadrinhos anterior. O surgimento de uma prequel da história Secret é um dos momentos mais divertidos, pois ela se desenrola em meio a uma trama de época bem estilo Goryeo, o que deixou o clima de romance mais intenso. É uma história dentro da história, ou uma vida passada dos personagens, como preferirem.


Sobre a flor laranja que aparece em todos os episódios e em vários momentos do drama, ela possui um vínculo com o casal principal. Segundo o site Kpopmap, a flor, chamada de trombeta chinesa (Campsis radicans), era uma flor que poderia ser plantada em casas nobres na Coreia e que possui um significado ligado à espera. Além disso, a flor também está ligada a um conto folclórico coreano. Para resumir, havia uma senhora da corte chamada So Hwa que era amada pelo rei no palácio. No entanto, após o passar dos anos, o rei deixou de ser interessado nela, mas ela continuou esperando por ele. Um dia de verão, ela estava morrendo lentamente por causa da doença do amor e deixou um testamento dizendo: "Me enterre e, mesmo que eu morra, vou esperar pelo rei. Ele virá em breve". Após sua morte, todos os seus aposentos foram preenchidos com a trombeta chinesa.

No caso da trama, podemos ver que Ha Ru e Dan Oh sempre esperarão um pelo outro, não importa a história que for escrita. Eles, personagens secundários ou não, se apaixonarão novamente e viverão juntos até que o último capítulo seja escrito. A flor é uma metáfora para o relacionamento dos dois, que pode ser visto como bonito, mas que exige tempo, cuidado e espera. Os dois personagens (graças aos atores, claro) tiveram uma química e tanto. O desenrolar do namoro entre eles, as primeiras conversas e ciúmes, bem ao estilo romance escolar, me fizeram incluir esse drama na lista de favoritos ainda quando ele estava na metade. Tudo nele é uma surpresa.


Como já foi acima mencionado, Baek Kyung é a outra ponta do triângulo amoroso principal. Um jovem que no primeiro momento se mostra agressivo com Dan Oh, mas que em seguida nos surpreende com o seu lado preocupado e delicado. É um personagem interessante, que acabou ganhando muitas fãs, que torciam para que ele conseguisse conquistar o coração da protagonista, mas que não passou disso. O temperamento explosivo do garoto o fazia detestável em alguns momentos, quase como um vilão. Entendo a fixação por bad boys desde Itazura na Kiss, mas a protagonista em sua versão consciente nunca se interessou por ele, por isso nem ousei pensar nesse casal como uma alternativa.

Com relação ao casal secundário: quem se importa? Não me aprofundarei sobre o triângulo secundário aqui, pois não foi algo que me marcou. Achei bem "enchimento de linguiça", mas podemos tirar do relacionamento entre eles toda a sátira a Boys Over Flowers, então darei uma nota 5,0 para tudo o que os envolve.

Enfim, Extraordinary You é um drama que foi feito com muito cuidado, e isso podemos perceber nos  pequenos detalhes, nas sutilezas do texto, na OST, que também é um encanto, e na história bem trabalhada. Tem um dos finais mais bonitos que já vi, além de frases e momentos que me marcaram. É uma história que merece ser visitada e revisitada.

Com amor.

quinta-feira, 16 de abril de 2020

My Country: The New Age (2019) [Dica para a quarentena]

Estamos em 2020 e o mundo está de pernas pro ar. Quem imaginaria, ao pular sete ondinhas, que estaríamos vivendo um terrível fato histórico? Certamente ninguém. Pois bem, para fugir das péssimas notícias sobre a COVID19, decidi focar um pouco do meu tempo em doramas, principalmente os da Netflix. Vasculhado o catálogo deles, me deparei com um sageuk (drama histórico/de época) que ainda não havia assistido, pois pouco li a seu respeito na época de sua transmissão.

Trata-se do drama My Country: The New Age (lançado em 2019), um drama que tem como pano de fundo o final da era Goryeo (saudades Moon Lovers) e o início de Joseon. Em sua história vemos um mix de fatos históricos com personagens fictícios, o que já indica que tem os elementos clássicos de todo drama de época: disputa pelo trono, intriga nos bastidores, muita morte de personagens queridos e sangue, MUITO SANGUE.


Sinopse (por Filmow):
"Passado durante o período final de Goryeo e o período inicial de Joseon. Dois amigos apontam suas espadas um contra o outro devido as diferenças de opinião sobre o "meu país". Seo Hwi é um guerreiro. Seu pai, Seo Geom, é um famoso comandante. Seo Hwi não se cala quando se trata de injustiça. Sua vida se transforma em uma existência infernal, mas ele ainda mantém um sorriso.
Nam Sun Ho é inteligente e uma figura talentosa. Como sua mãe nasceu na classe mais baixa, Nam Sun Ho é menosprezado por outras pessoas. Ele quer passar no exame do serviço militar. Devido a um escândalo de corrupção envolvendo seu pai, Nam Sun Ho perde seu sonho. Para piorar as coisas, ele entra em conflito com Seo Hwi por um mal-entendido."
Indico esse dorama, pois ele me prendeu como outros não conseguiram. Ele vai além do romance convencional e aborda, de maneira profunda, a amizade e os laços familiares. Se dependesse do romance principal, eu já teria "dropado" a série logo no primeiro capítulo, porém a amizade (e rivalidade) construída entre os dois protagonistas masculinos foi o elemento chave e o fator diferencial da história.


O romance não chegou a motivar os protagonistas, sendo as intrigas pessoais o grande motor da história. Hwi, o menino pobre que é traído pelo amigo logo no início, aparece como o sol. Ele não perde o brilho, o fogo, e busca proteger sua família, agora composta apenas por sua irmã mais nova e por Sun Ho, seu melhor amigo e, ao mesmo tempo, o seu maior rival. Sun Ho é a lua: belo, noturno, misterioso e inteligente. Odeia o pai, ao mesmo tempo que quer ser amado por ele. Inveja Hwi, porém o protege e o ama com a mesma intensidade.

Outro destaque pro drama: Jang Hyuk (mais conhecido por seu papel como protagonista de Fated to Love You), o ator mais maravilhoso da face da terra. Um ator sem defeitos, que conseguiu construir um personagem encantador, sexy e com profundidade: o príncipe Lee Bang Won. Gostei do plot que deram pro personagem e a maneira que tudo foi concluído. Aliás, gostei mais dele do que da Kim Seol Hyun, a mocinha, apesar de não ter nada contra a personagem (só a achei apagada).


Para finalizar essa curta indicação, gostaria de mencionar os plot twists que se seguiram durante toda a trama, princialmente na reta final. São mudanças que adocicaram a experiência e tornaram o drama interessante até os segundos finais, quando entregaram um final de fazer chorar qualquer um (principalmente as pessoas sensíveis como eu). A trama possui vilões, cenas românticas em lindos cenários coreanos e histórias de amor proibido. É um prato cheio para qualquer fã dorameira.

Informações complementares: drama da JTBC com a Netflix; possui 16 episódios (1 h 20 min, cada).


またね.

domingo, 7 de janeiro de 2018

Net-juu no Susume [Recomendação/ Anime]

Há tempos não escrevo nada de interessante. Não tenho assistido nada que tenha me levado a escrever sobre, e isso tem me irritado bastante. 2017 pode ter sido um ano bom em alguns pontos, mas não foi bom para mim em relação a filmes, séries, mangás e animes. Minha empolgação com as produções que vi no ano passado pode ser muito bem observada aqui... Não postei nada no ano de 2017, e não me arrependo.


Pois bem, sempre escrevo algo no começo de todos os anos, e para esse decidi postar um texto sobre um anime que assisti recentemente. Devo confessar que há muito não escrevo nada sobre anime, pois as produções caíram na mesmice e nada conseguiu me envolver, com exceção de Yuri on Ice, que foi o último anime pelo qual me apaixonei. Entretanto, não falarei deste hoje, mas sim de Net-juu no Susume, um anime que assisti de forma despretensiosa, mas que conseguiu me fazer rir em alguns momentos.

Bom, começando a falar sobre o anime, ele é uma adaptação (com 10 episódios e um especial) de um web-mangá. A história dele é muito similar à história de Love O2O, um drama chinês que me encantou recentemente. Ambos abordam um romance virtual que se inicia em um jogo online e que, por alguma coincidência, sai para a vida real. No drama os personagens principais são apresentados como bem resolvidos e populares, o que é o oposto da trama central do anime em questão.


Nos episódios iniciais somos apresentados à Morioka Moriko, uma mulher de 30 anos, desempregada e viciada em jogos online (bem estilo WOW). Ela é muito bonita, mas por não ter amigos e sair de casa raramente, não cuida de sua aparência, o que atrelado ao fato da personagem não ter auto estima, nos faz pensar que a mesma vive em uma situação deprimente. Mas esse fato nos leva a continuar a assistir, pois a proposta do anime é nos mostrar a mudança na vida de Moriko, e essa mudança vem justamente quando ela começa a jogar um jogo RPG chamado Fruits de Mer. Nesse jogo cria um personagem masculino que resolve chamar de Hayashi, um personagem que em poucos minutos de jogo recebe a ajuda de uma linda personagem chamada Lily, que o leva para sua guilda. O que Moriko não sabe é que a tão fofa Lily é Sakurai Yuuta, um homem lindo que acabou se apaixonando por ela na vida real.


A parte mais interessante da história, e o que a torna uma linda surpresa de temporada, é ver como os dois vão descobrindo aos poucos a real identidade um do outro e como, após isso, eles acabam percebendo o outro não como personagem, e sim como pessoa. Gostei muito de ver como mesmo sem saber que Moriko estava no jogo com ele, Yuuta se apaixona por ela assim que os dois sofrem um acidente. Acho que acabei me interessando muito pela personalidade do Yuuta, e por isso levei o anime até o final rapidamente. É um personagem muito doce.


Outro ponto positivo é o jogo em si. É divertido ver os personagens interagindo tanto no jogo quanto na vida real. Me lembra um pouco Lucky Star, pois Konata-chan era um pouco viciada em PC-games. Fora isso, indico o anime como um entretenimento de algumas horas. É algo leve e rápido que não te faz perder tanto tempo assistindo. Então é isso.

Recomendável.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Moon Lovers: Scarlet Heart Ryeo [Análise final]

2016 foi o ano dos dramas, ao meu ver. Acompanhei ótimas interpretações, xinguei muito os vilões e virei várias noites por causa de alguns casais. Os dramas (ou doramas) coreanos me surpreenderam positivamente, alguns mais do que outros, por mostrarem tramas diferentes daquelas que vemos em novelas ocidentais. Claro, assim como as ocidentais, as "novelas" coreanas também possuem seus clichês, mas mesmo assim conseguem sempre me surpreender. Não é atoa que termino um episódio de quase uma hora e ainda tenho a disposição de clicar no próximo e assisti-lo até minha vista cansar.

O post de hoje tratará sobre um desses dramas, no caso, O DRAMA que conseguiu me roubar dois meses de suspiros e que, mesmo após o seu final, ainda não conseguiu sair nem da minha cabeça e nem do meu coração. Assim como no post anterior, venho escrever sobre o drama 'Moon Lovers: Scarlet Heart Ryeo', mas dessa vez buscarei me aprofundar mais na história, com uma análise mais precisa, já que o drama já foi finalizado (infelizmente) e posso ser mais objetiva. Ah, e obviamente esse texto contém SPOILERS.


Antes de começar essa análise, faz-se necessário mencionar o que o drama em questão aborda. Moon Lovers conta a história de Hae Soo (ou Go Ha Jin), uma garota do século XXI que acidentalmente se envolve em um acidente e que por conta disso vai parar no período da dinastia Goryeo, na Coreia (918 - 1392). Ela surge nessa época ainda durante o reinado de Wang Kon, vulgo imperador Taejo, o primeiro dessa dinastia, e vive nessa época até o reinado do quarto rei de Goryeo, Wang So, Gwangjong. A história desse drama foi adaptada de um romance chinês, mas buscou-se abordar, ao invés da família real chinesa, as intrigas na família real coreana.


'Moon Lovers: Scarlet Heart Ryeo' é um drama coreano que foi transmitido pela emissora coreana SBS e também em vários outros países da Ásia. Na América ele foi "transmitido" semanalmente pelo Dramafever e, para os pobres de plantão (como eu), pelos fansubs Kingdom e Meteor Dramas. Apesar da mega produção e de ser um dos dramas mais caros a ser produzido, a audiência do drama na Coreia foi relativamente baixa, porém internacionalmente o drama foi um sucesso, principalmente na China, o que pode ser justificado pelo fato do drama ser baseado em um romance chinês. Essa baixa audiência na Coreia fez com que duas edições da novela fossem ao ar. Como muitos coreanos estavam preferindo assistir o drama "Love in Moonlight", que estava sendo transmitido no mesmo horário, e optando por ver Moon Lovers na versão disponível na internet, a SBS fez com que as duas versões (tv e internet) ganhassem algumas edições diferentes. Ao meu ver a versão da SBS ganhou menos cortes no que se refere às melhores cenas, então para quem quiser assistir a essa versão eu recomendo o download do drama no Meteor Dramas.

Enfim, Moon Lovers não é um drama qualquer, e talvez seja por isso que tenha chamado tanta atenção do público ocidental. Para mim, o que mais me atraiu no drama foi o casal principal, principalmente no que se refere à química entre os atores Lee Joon Gi e Lee Ji Eun (IU). Não existe uma palavra no meu vocabulário que possa resumir a atuação do Joon Gi como Wang So nesse drama, pois "maravilhoso" e "incrível" são adjetivos muito vagos para descrever as expressões faciais desse homem. Ele conseguiu me ganhar já na primeira cena dele no cavalo, chegando em Songak durante o eclipse (aquela imagem é maravilhosa), e quanto mais conhecia o personagem e percebia o que estava por trás dele, mais me apaixonava. Alguns dizem que ele levou o drama nas costas, mas eu não acho isso. Ele como personagem principal tinha que se destacar mesmo, e isso ele fez com louvor.

O personagem exigia uma mistura de homem com menino. Wang So sempre foi maltratado pela mãe, que nunca o viu como filho em detrimento dos demais irmãos, e além disso ele carregava consigo uma cicatriz no rosto, cicatriz essa que ele buscava esconder com o uso de uma máscara. Obviamente, ele era mal visto por onde ia, e isso acabou tornando o personagem bruto, como um mecanismo de auto defesa. Joon Gi soube mostrar isso muito bem apenas com expressões, e isso ganhou de cara a minha atenção. É o típico bom bad boy.


No que está relacionado à Lee Ji Eun, ou simplesmente IU, só tenho que rasgar elogios. Ela nunca foi tão linda como na pele de Hae Soo, e assim que a personagem exigiu mais dela, como nas cenas do episódio 11, ela soube se sobressair e mostrar uma atuação impactante. Eu menciono o episódio 11, porque é o meu favorito. Nele tudo é jogado na nossa cara e a real identidade do drama começa a ser mostrada ao público. O que torna esse episódio mais marcante são os acontecimentos que acompanhamos nele: em uma hora o drama que vinha numa crescente quase de conto de fadas muda completamente, se tornando mais sombrio.


Sobre o casal principal, novamente devo falar sobre a química. Nos primeiros episódios o triângulo amoroso formado pela protagonista e os dois príncipes é super disputado, principalmente pelo fato da protagonista, Hae Soo, se apaixonar primeiro pelo antagonista da história, Wang Wook (8º príncipe). O 4º príncipe, Wang So, é de cara mostrado como o principal, mas a relação entre ele e a protagonista é bem turbulenta no início, quase apagada em contraste à relação da protagonista com o outro príncipe. Esse início do drama, que, querendo ou não, é lento, pode justificar a baixa audiência na Coreia. Sabíamos quem seria o par romântico da mocinha por conta do pôster e das imagens promocionais, mas na tela a evidência estava toda no romance platônico entre Hae Soo e Wang Wook.


Entretanto, após o episódio 13, para ser mais exata, Wang Wook já não ameaça mais o relacionamento entre Hae Soo e Wang So. Aliás, romanticamente não é mais uma ameaça, porém como o personagem acaba se convertendo no principal vilão da história, ele ameaça o relacionamento deles de outra forma, mas não chega a ser encarado novamente como um possível par da protagonista. Novamente falando do episódio 11, o que falar da cena mais memorável do drama, e que mostra claramente a mudança no coração da mocinha: Wook virando as costas para ela em um momento de precisão e So, quem ela teme, sendo o único a ficar literalmente ao seu lado na chuva.


Saindo um pouco do casal principal, ao todo fomos agraciados com mais dois casais: Wang Eun com Park Soon Deok e Baek Ah com Woo Hee. Esses dois casais não ganharam muito tempo em cena, mas ganharam de cara o coração da audiência. O que tenho a falar sobre os três casais da trama é que eles nos envolveram bastante, mas no final todos terminaram em tragédia. Basicamente, esse é um dos diferenciais de Moon Lovers: eles nos enchem de cenas maravilhosas, casais apaixonados e no final resolvem acabar com eles quando os personagens estão vivendo os momentos mais felizes. No meu caso, sempre quando tudo estava muito bonito e feliz, eu acabava desconfiando...


Não quero falar detalhadamente sobre todos os príncipes aqui, pois são muitos. Moon Lovers é uma espécie de harém ao inverso no qual Hae Soo se envolve com a maioria dos príncipes da dinastia Goryeo. Dos oito príncipes (Moo, Yo, So, Wook, Wo, Eun, Baek Ah e Jung), quatro se apaixonam por ela e dois a veem apenas como amiga. O que posso dizer sobre esses personagens é que todos acabam lutando entre si, escolhendo lados, principalmente por causa da coroa (quem será o rei), e Hae Soo toma a frente, buscando evitar que nessa luta nenhum sangue seja derramado. Doce ilusão, apenas. O trailer estendido do drama esboça Hae Soo como uma heroína que, por saber mais ou menos o que vai acontecer, é capaz de evitar os trágicos acontecimentos, no caso, mudando a história. Tudo balela. Hae Soo é uma pessoa como qualquer um de nós, sem poderes, que cai em um mundo sanguinário, onde é matar ou morrer. Ela até tenta mudar alguma coisa, mas tudo acaba ficando contra ela, e isso é compreensível: o passado não pode ser modificado, e tudo o que ela faz apenas contribui para que tudo ocorra como deveria ocorrer.


Sobre a trilha sonora de Moon Lovers, podemos dizer que o drama em si trás faixas dos idols mais populares na Coreia, como "For You", do trio Baekhyun, Xiumin e Chen (EXO), "All With You", na voz da Taeyeon (SNSD) e "Be With You", do duo Akdong Musician, entre outros. Em comparação a outros dramas, Moon Lovers usa bem mais a trilha sonora em suas cenas, o que nos faz ficar mais envolvidas emocionalmente com determinados momentos, principalmente com as cenas românticas. A trilha instrumental, é bem forte, nos dando a impressão de realmente estarmos submergidos em Goryeo, com destaque para "Appassionata", que toca numa das minhas cenas favoritas (episódio 12).

No geral, foi isso. Moon Lovers é aquele drama que não dá pra explicar em algumas linhas. É uma mistura de fofura com sofrimento. Devo destacar que é um drama que começa mega feliz, mas que acaba nos fazendo chorar na medida que vamos nos adentrando no que é o palácio e o que as pessoas são capazes de fazer para conseguirem poder. Não é uma história de amor convencional, e por isso me chamou tanta atenção. O diretor fez o favor de excluir a cena final, então ainda estou engasgada com o final que foi exibido. Além do mais, segundo a boca miúda, um filme já foi gravado como uma continuação da série de 20 episódios. Se é apenas um boato? Só o tempo dirá.

Hasta.